
O
verão estava no auge. Das aulas já Albertino se tinha esquecido
alegremente, nos seus treze anos ávidos de amplidão campestre, o pé
descalço, liberto, as roupas soltas, o chapéu desabado, mas
confortável. O seu céu era a ribeira: um charco aqui, outro acolá;
o resto, areal sombreado pelos amieiros, o frescor e o jogo das
areias, duma firmeza indolente, a acariciar-lhe as solas dos pés a
cada passada, a ceder com um ruído arrastado de languidez — música
para os seus ouvidos. Por cima, o emaranhado dos salgueiros ou o
horizonte mais alto das copas dos amieiros, ondulando suavemente; o
sol...