
«Tudo menos troça!» Mauro pediu mais uma cerveja. Mantinha na
retina a imagem da jovem, na véspera, a cochichar com
as amigas, e nos ouvidos o som atroz dos risinhos.
É claro que era um falhado, toda a gente sabia isso, mas troça é
que não. Para a menina do papá, era muito fácil rir-se dele. Não
tivera de passar pela experiência de dormir debaixo de um viaduto,
na vila; não tinha de aceitar os biscates que aparecessem, fosse
ajudante de trolha, fosse auxiliar de
cargas, na serração. Com 19 anos, não tinha um telemóvel de
jeito, não tinha carro, não tinha namorada, não tinha nada. Vivia
com...