
O
mundo desabou para Cátia e Flávio quando souberam que não podiam
ter filhos. O veredito dos testes de fertilidade, em que ambos tinham
andado enredados nos últimos meses, foi o mais cruel: tinham de
abdicar da aspiração de transmitir vida. E criá-la. De construir
um homem ou uma mulher, desde o nada à vida adulta.
Casados
havia oito anos, tinham vivido tranquilos quanto a esse aspeto.
Quando o decidissem, o ventre de Cátia incharia, tinham por seguro.
No ano em que ela fez 35, decidiram que era tempo de terem um filho.
Não convinha adiar mais.
Foi
o período de maior e mais livre...