
O
que vou contar começou na semana após
o Natal, ao chegar a casa, cerca das cinco da tarde. Depois de
me pôr à vontade, preparei um copo de leite-com-chocolate morno,
juntei um pacote de bolachas recheadas e fui lanchar para a sala,
enquanto via televisão.
Foi
já no fim do lanche que o vi: o carteiro de Pablo Neruda, como eu me
lembrava dele no filme, estava mesmo atrás da rapariga que lê uma
carta junto a uma janela aberta, na reprodução pintada de Vermeer,
que tenho por cima da escrivaninha. Primeiro, fiquei estático, sem
saber bem o que pensar. Depois, observei as bolachas e cheirei...