
— Eh,
pá, não tenho dúvidas; é um desses mails moralistas a
puxar ao sentimento, mas mesmo tocante — dizia Barbosa ao seu
colega de secção, no regresso do almoço, pelos corredores da
Judiciária. — A história é, mais ou menos, assim: na Alemanha do
século XV, havia uma família numerosa e pobre, cujo pai tinha de
trabalhar dezoito horas diárias nas minas de carvão para alimentar
tanta gente. Dois dos filhos queriam ser artistas, mas como?
Combinaram que um trabalharia nas minas, para pagar os estudos de
pintura do outro, e depois trocariam. Assim fizeram. No regresso da
academia, o primeiro,...