
Meu
querido Amadeo,
Sei
que estás em Manhufe, a fugir da guerra. Escrevo-te esta carta
depois de me terem falado do quadro que pintaste e não intitulaste,
mas a que todos chamam “Coty”. Acertaram. Conheço-te bem; sei
que mascaraste a minha identidade com a marca desse perfume que sempre
uso.
Podes
achar que ninguém vai reparar, mas há pessoas que me conhecem e vão
perceber tudo e as intimidades que tínhamos. Não devias ter feito
isso. As pessoas vão ver os insetos pousados nas pétalas rosadas e
vão perceber, vão ver os ganchos de cabelo e vão perceber.
Escusavas de ter posto...