
A H. D. — amigo e mestre
— Conta-me
uma história verdadeira, avô! — lança o menino de uns oito ou
nove anos. — Daquelas da televisão!
Desde
pequeno que o ancião lhe conta histórias do seu passado
profissional na televisão pública,
sobretudo as dos tempos pioneiros. Recorda com prazer esses episódios
antigos e surgem-lhe mais nítidos do que as vivências recentes. A
idade traz destas contradições.
— Já
tas contei todas, Ricardo! — mente ele, conscientemente. As
histórias não acabam nunca, sabe-o bem, a única limitação é a
memória. — Queres qual?
— Aquela
da avaria das luzes da...