
Quando
a inspiração chegou, a escritora ainda dormia. Eram nove horas de
sábado.
Keravnós,
o muso relutante, já estava habituado a escritores. Com o seu ar
vagamente monástico, a fazer lembrar Afonso Cruz, sentou-se num
cadeirão de canto e esperou. Eram quase onze horas quando a
escritora apareceu, mole e olheirenta, e foi logo para o computador.
— Estás
com pica para escrever?
— Ah,
que susto! — sobressaltou-se a escritora. — Olá! Sim, mas
primeiro vou enviar uns mails, ver as notícias e consultar as
entradas no meu site. É só uns minutos.
Três
quartos de hora depois, o muso voltou...