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10/09/2023

Os vertiginosos dias de uma escritora diletante

  Quando a inspiração chegou, a escritora ainda dormia. Eram nove horas de sábado. Keravnós, o muso relutante, já estava habituado a escritores. Com o seu ar vagamente monástico, a fazer lembrar Afonso Cruz, sentou-se num cadeirão de canto e esperou. Eram quase onze horas quando a escritora apareceu, mole e olheirenta, e foi logo para o computador. — Estás com pica para escrever? — Ah, que susto! — sobressaltou-se a escritora. — Olá! Sim, mas primeiro vou enviar uns mails, ver as notícias e consultar as entradas no meu site. É só uns minutos. Três quartos de hora depois, o muso voltou...